Eis uma troca de correspondencia "amarga e doce" que occorreu entre mim e o eurodeputado José Mendes Bota. Que cada um a interprete como quizer, nem que tenha que fazer mais investigações. De resto seria interessante estudar se o Mendes Bota esteve envolvido na burla immobiliaria do "Time Share", e seria bom que nada mais do que isso. Pedro Velhinho
De: Pedro
Velhinho
Enviada: 29
de janeiro de 2024 09:10
Para: José
Mendes Bota
Assunto: Lagos
Exmo
Sr José Mendes Bota
Sou
o Pedro Velhinho. Ja nos conhecemos, apesar do senhor talvez não se
lembrar de mim. Fui militante do PPD/PSD há vingte annos atraz, em
Lagos. A dada altura mandei-lhe um texto que tinha escripto,
“Carteiros e Pistoleiros”, e você mandou-me como prenda o seu
livro “Algarve Amargo e Doce”, e o conselho para ter mais juizo,
o que só viria com o tempo! :-)
Quanto
ao conselho, agradeço, porque era acertado (hoje em dia sou
simultaneamente mais radical e mais pragmatico). Quanto ao livro,
li-o, mas perdi-o! A unica coisa de que me lembro é do seu attaque à
betonização do Algarve, com o qual concordo substancialmente.
Entretanto estudei, viajei bastante e fui fazendo os meus projectos.
Estou actualmente de novo em Lagos, onde me dedico à escripta, à
politica, às investigações policiaes e às minhas chatices
judiciaes e medicas.
Sobre
os problemas judiciaes: ando há quaze dez annos a soffrer às mãos
da mafia psychiatrica, que me internou cerca duma dezena de vezes de
forma abusiva, por motivos politicos, quando se vae a ver. Exaggero à
parte, sou um dissidente perseguido. E extragaram-me gravemente a
saude e a vida. De resto, só no concelho de Lagos há pelo menos uma
dezena de pessoas que andam a ser violentadas pela pica periodica e
compulsiva (chega-se ao poncto de dar injecções no hospital de
Portimão, com um policia em cada braço a agarrar o “maluco”).
Mas tambem acredito, por varios motivos, que sou protegido por gente
poderosa, inclusivamente a nivel internacional. E para ir ao cerne da
questão, e sem ninguem ter pronunciado o nome da creança, acredito
que certas pessoas associam-me e à minha entourage ao caso Maddie, o
que explica logicamente certas más vontades. Tambem lhe digo que
tenho feito força para investigar o caso – já que sou
injustiçado, tomo o touro pelos cornos – o que me valeu
perseguições histericas de varias auctoridades do Barlavento.
Alertei o presidente Hugo Pereira, que ficou silenciosamente
cumplice. Desvendei uma rede de espionagem marroquina. Encontrei
ligações – não digo culpados, que não tenho nenhuma convicção
sobre isso – sobre o caso à minha volta, nomeadamente com a minha
familia. Suspeito que tenha havido mais mortes (se é que a menina
foi morta!) depois do caso. Tenho a certeza que estamos a lidar com
redes internacionaes e forças occultas que infiltram os Estados
(judeus?... maçons?.... satanistas?). Não ponho de parte uma
responsabilidade americana no caso. Sobre isto diga-se simplesmente o
que o povo diz aqui: Lagos é o fim da linha do comboio.Vem tudo aqui
parar. Ha um sem-fim de marginaes, de alternativos (até
scientistas!...), e os burguezes que governam a cidade são tão
manhosos quanto elles. Ha uma mafia e o tribunal, a camara, os
bombeiros, a policia, a guarda e a opposição estão feitos com os
bandidos. Basta dizer que os ciganos andam há annos a vender droga e
a ameaçar o povo aos magotes em frente à camara municipal, onde
estão installados a PSP e a Policia Municipal... Alem disso, os
ficheiros do tribunal desapparecem provavelmente do Citius.E hontem
houve um duplo sequestro. Por isso vem ahi uma insurreição.
Comecei
recentemente a escrever num blogue, depois de ter fechado aquelle que
tinha em juventude. Este blogue, apenas um ou dois mezes depois de
ser aberto, já estava a ser censurado pela
Google... SANCTANNA.BLOGSPOT.COM.
Se tiver pachorra para o ler, acredito que o pode interessar.
Sobre
Lagos, fora da mafia, o que é que se diz? Primeiro, que os
extrangeiros (inglezes, e agora americanos, judeus, indianos) sempre
tiveram mais poder e liberdade que os portuguezes. Depois, que só os
grandes e os magnatas conseguem fazer qualquer coisa (falla-se muito
dos irmãos Vermelho): blocos de apartamentos (bonitos, por sinal).
Havia umas torres muito feias inacabadas ha decadas a caminho do
Porto de Mós. Era uma mancha. Renovaram-nas e até são originaes.
São da Sothebys. Mas o que desagrada é que se uma pessoa quizer
fazer uma vivenda no campo não consegue. Se quizer fazer meia duzia
de metros de paineis solares e umas eolicas de quattro ou cinco
metros não pode provavelmente, mas em Barão, Aljezur e até Sagres
estáo dezenas de eolicas de vingte ou trinta metros (numa reserva
agricola ou natura, no caso de Villa do Bispo), e fizeram-se dois
projectos enormes de paineis solares no concelho. Uma brutalização
da natureza em nome da ecologia e da descarbonização. Não se pode
fazer furos para cultivar umas batatas, mas os campos de golfo e de
abacate surgem pelo concelho... E ao mesmo tempo que não deixam
fazer uma casinha tipica no campo, deixaram fazer um grande e banal
centro commercial no Chinicato.
Sobre
a Meia-Praia, nas trazeiras o meu pae tem uns terrenos e anda à mais
de dez annos a tentar fazer alguma coisa de modesto. Nâo pode. Mas a
vingte metros da praia, estão dois hoteis gitantes: o Vila Galé e o
IberoStar. O poder do dinheiro a funccionar, a agilizar e a fazer
fraquejar as auctoridades. Não acredito muito que o Hugo Pereira
seja venal, mas a burocracia que o influencia mais do que elle manda
nella é-o provavelmente. Elle está a fraquejar e a deixar-se
influenciar. Basta dizer agora estão a pensar fazer qualquer coisa
entre o rio e o inicio da Meia-Praia, onde é agora o restaurante
Barrigada (de rez-de-chão), um primeiro piso segundo me disse o
Pereira, o que contribuiria para tapar as vistas à cidade. Ja
interpelei o presidente sobre o escandaloso que isso seria. Ainda
sobre a Meia-Praia, já tomei publicamente posições a defender mais
liberdade para o meu pae. Mas depois disso fui passar melhor à
Meia-Praia e apercebi-me que aquella area é especial. Tem uma
natureza muito especial, floresta, vegetação endemica, etc... Penso
que os proprietarios deviam unir-se, e fazer um projecto de baixa
densidade. Estou a pensar num projecto equestre (passeios na praia,
creaçào de cavallos, aulas de equitação, agricultura, calèche,
etc...).
De
resto, o patrimonio está a cahir de podre. O Forte da Praia da
Batata esburacado, a Egreja de São Sebastião degradada, a praia do
Pinhão que ruiu. A camara tem um orçamento de 140 milhões mas não
consegue fazer uma pintura na egreja.
O
problema do Hugo Pereira é que é um pouco cobarde. Sobre todas
estas questões, elle foi interpelado e incentivado a fazer guerra a
Lisboa, ao Tribunal, à Policia, mas não consegue autonomizar-se. Eu
gostava de lhe “dar força”, processando o urbanismo nalguns
aspectos, histoire de faire une “prise d'otages”. Mas não tenho
meios para pagar a um advogado.
Enfim,
este é o poncto da situação. Queria simplesmente informa-lo,
cumprimenta-lo calorosamente, até porque creio ter ouvido que esteve
doente, e convida-lo a visitar Lagos, e mesmo a fallar daquillo que
lhe agradar. Em breve -19 de Fevereiro - haverá uma assembleia
municipal em Lagos, com intervenção do publico. Será a ultima
antes dos 50 annos do 25 de Abril, e portanto uma occasião unica
para fallar, até porque as intervenções do publico são filmadas e
difundidas na Internet. Se quizer, podemos organizar qualquer coisa,
por exemplo um almoço com gente que se preoccupa por todas estas
questões.
Tudo
de bom...
Saudações
cordiaes
Pedro
Velhinho
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
A
quinta, 1/02/2024, 22:19, José Mendes Bota
<****************@******.com>
escreveu:
Caro
Sr. Pedro Velhinho,
Para
ser sincero, não me recordo de si, a memória já não é o que era.
Respondo por cordialidade congénita. Nos meus registos constato que
foi o militante nº 132323 do PSD, penso que na organização de
juventude há duas décadas, e pouco mais, pois desapareceu das
listagens subsequentes.
Da
sua extensa missiva, infere-se que o juízo talvez nunca tenha
assentado praça, o que é simultaneamente uma vantagem e um
desfavor, consoante a interpretação.
Sim,
tive um problema sério de saúde, de natureza oncológica, estou bem
mas sob liberdade condicional, ou seja, vigilância apertada.
Deixei
voluntariamente a política activa, porque quis, quando quis e como
quis, privilégio de poucos. Voluntariamente e vitorioso. Não tenho
a mínima intenção de voltar, embora tenha aprendido a não mais
dizer nunca. A política é muito tóxica, e estou muito feliz fora
dela. Tudo tem o seu tempo, e o meu já passou. Aceitei ser
mandatário no Algarve pela AD, por amizade para com Luis Montenegro,
nada mais do que isso. Nada quero, nada peço, mas não me deixam
descansado.
Sou
um livre pensador, escrevo algumas coisas sobre o Algarve e sobre a
sociedade, sem freios nem arreios. Está fora de questão participar
em reuniões de órgãos autárquicos, muito menos em Lagos.
Não
responda, por favor. O meu espaço para si acaba aqui.
Boa
sorte, que bem precisa.
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A “contra-resposta” do Pedro
Velhinho
Respondo
sim senhor para dizer que lamento tanto desagrado da parte duma
pessoa por quem sempre tive afeição. Espero que este incomodo nao
advenha do medo de fallar de assumptos religiosamente sensiveis.
Cumprimentos
e acredite que ja que me considera louco forçarei um encontro.