Noutros tempos, fallava-se do "Príncipe", mesmo quando a referência era a Repúblicas, como era a de Veneza, e fazendo um pequeno "clin d'oeil" ao Casanova. A palavra dá uma ideia da majestade da funcção, que convem sempre respeitar e temer.
Precisamos, em Villa Viçosa, dum príncipe paternal e maroto. Corajoso. Cabrão, no bom sentido, isto é que seja capaz de usar modos um pouco "para-legaes" para defender o bem, guardar o rebanho unido e corrigir os tortos. O Príncipe tem poderes que nós não temos... Pode lançar uma inspecção aos negócios do concelho... Pode acceder facilmente aos meios de imprensa locaes... Pode expropriar casas e negócios... Pode cortar subsídios e alojamento camarário a quem não percebe... E as burocracias são sempre tão lentas... Pode lançar referendos locaes, que provoquem debatte... A derrama pode ter infelizmente que aumentar... E depois almoça regularmente com o delegado do Ministério Público.
Tem que se repensar as vaccinas: porque não uma inspecção nos... veterinários?
Tem que se repensar o aborto e a contracepção: as pharmácias têem a papelada em dia?
Tem que se defender o ethno-Estado: será que os patos-bravos que andam a importar forasteiros pagam tudo à Segurança Social?
Tem que se acabar com as violências psychiatricas: será que não é cedo de mais para fazer a nova esquadra da Guarda?
Tem que se desencorajar os divórcios: será que não há uma longa fila de espera nos bairros sociaes?
Lisboa tem que baixar os impostos: será que o edifício das Finanças não dava um bom centro de dia para os velhotes?
O PC tem que se corrigir: não dá para encontrar um rattinho na cozinha do Café Central?
O Regedor da Juncta pode lançar uma moção de censura na Assembleia Municipal: não era altura de fazê-lo?
Os patos-bravos andam a privatizar caminhos públicos: não é possível nacionalizar os terrenos dum latifundiário, ou a pedreira dum magnata?...
Que o Príncipe Esperança nos dê esperança! Ia haver lucta, cada um ia chamar os seus alliados, e dahi? Se o Camarilo arranja problemas judiciaes sempre pode contactar o advogado do Sócrates. Il aurait le temps de voir venir.
Em Bencatel e na Villa é preciso antes de mais diálogo, persuasão, discussão, philosophia e oração. Para dar coragem ao povo e reconstruir-lhe as suas barreiras moraes e intellectuaes. Depois é preciso trabalhar, luctar, com jogo de cintura. As violências são comprehensíveis, mas à partida de evitar. O mais importante é o espírito de resistência e reconquista, trabalhar, luctar dentro do systema. Uma boa mobilização já era fantástica.
Faisons-nous des petits coups de pute, et que le meilleur ganhe.
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