Sobre o desfile do 25 de Abril, pelos seus cinquenta annos, o que pode um fascista dizer? Ironicamente, que foi bonito. Gente razoavelmente burgueza, famílias, etc... E fazia muito tempo que não se via tanto branco em Lisboa, incidentemente. Propre et net!
Se calhar, as pessoas comemoraram um anniversário importante da sua vida, com saudade pelo tempo que passou. Para a maioria dos portuguezes, a vida passou-se depois da revolução. É o que conheceram. E não se deve repudiar tudo da sua juventude.
Talvez alguns fossem malucos e perversos e achassem bem os fuzilamentos de Comandos africanos na Guiné, ou o aborto, a homossexualidade e a invasão migratória. E o opportunismo ganancioso da classe político-económica. Talvez. Mas se calhar para elles “Abril” significa occupar-se das pessoas, fazer escholas e hospitaes, estradas e museus. Não fazer mal aos pretos. E ahi não há nada a dizer, excepto que é chato pagar tanto imposto.
Depois da these do 25 de Abril vem a anti-these do 25 de Novembro, e só assim se chega à synthese do 10 de Junho, Dia de Portugal. Se calhar este anno será o último em que se celebra os vingte-cincos, como o conhecemos. Vem ahi outra Revolução, necessária. Vae-se abrir uma nova página. Precisamos que ella seja sensata e pacífica, isto é largamente consensual, se bem que firme. Um arrufo e umas pauladas. Qualquer coisa de popularucho, de bem portuguez.
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