sexta-feira, 31 de maio de 2024

Manife: Luiz Vaz de Camões

Eis a cópia do pamphleto que foi distribuído hoje 31 de Maio 2024 por Bencatel: 


PARABÉNS CAMÕES


Este anno, celebram-se os 500 annos do grande poeta Camões.

Só há uma occasião de comemorar este evento: o 10 de Junho, Dia de Portugal. 

Não se pode perder esta opportunidade. É preciso pressionar as auctoridades a fazer qualquer coisa. Por isso, até 10 de Junho, todos os dias às dez horas da manhãn, haverá uma manifestação frente à Juncta de Freguezia de Bencatel, para cantar os parabéns ao Luíz Vaz de Camões. 

Toda a gente está convidada. 


CORAGEM!


ADENDA: DESENVOLVIMENTOS

PRIMEIRO. Telephonei à Presidência da República para que se faça as festas em Lisboa e não em Coimbra como está previsto, a 10 de Junho (pelo menos não para já, posteriormente sim). Infelizmente, a recepcionista-telephonista não quiz transmittir a minha mensagem aos seus superiores hierárchicos. 

SEGUNDO. Escrevi uma suggestão à Câmara de Lisboa no site official, que reproduzo aqui por baixo: 

Exmo Sr

Assumpto: Camões - 10 de Junho - Urgente


Este anno celebram-se os 500 annos do Camões. Só há uma data para celebrá-lo: o 10 de Junho, Dia de Portugal. E tem que ser em Lisboa, juncto à estátua do Camões. Não em Coimbra, como vae fazer o Presidente da República (pelo menos não nessa data - posteriormente sim). 

A agenda cultural da Câmara assinala que vae ser desvendada uma placa comemorativa nesse dia às 18h00. O que eu quero suggerir é que além disso se leia poesia do Camões: um excerpto dos Lusíadas, um soneto amoroso, uma poesia lyrica, e porque não umas Rimas. E devia-se convidar o Presidente da República, o Governo, o Presidente da Câmara de Lisboa, e dignitários extrangeiros desavindos (Putin E Biden; Israel E Irão; China E Formosa, Coreia do Norte e Coreia do Sul). Não apparece uma occasião destas nos próximos 500 annos! E seria uma vergonha nacional, um escândalo de primeira, não fazer nada de majestoso nesta data em Lisboa!


Quero desde já offerecer-me para ler um poema, e para ajudar na realização do evento. Mas preciso de ajuda da câmara para passar um ou dois dias em Lisboa. De qualquer modo, com ou sem ajuda da câmara vou fazer tudo o que fôr possível para ir a Lisboa nesse dia (estou no Alemtejo). 


Esta é a minha suggestão e o meu pedido, ao qual peço resposta, e peço perdão pela pressa, tão depressa quanto possível. 


Saudações camonianas

Pedro Velhinho

TERCEIRO. Recebi uma resposta da Câmara a dizer que vão entrar em contacto commigo posteriormente para mais desenvolvimentos. 

QUARTO. Já comprei o bilhete para Lisboa. Vou amanhãn sábbado de manhãn. Aconteceu uma enrola hoje. Telephonei para o Tabuinhas, o ajudante da Juncta de Bencatel, para fazer o bilhete na Juncta (o que elles costumam fazer). Tenho que agir de forma indirecta, porque não me abrem a juncta nem me atendem quando batto à porta ou telephono. Ficou combinado passar às 14H, o que fiz. Lá chegado, batti à porta, telephonei, espreitei à janella. Ninguém me attendeu e não vi ninguem, mas estavam lá. Vou beber o café, e dois minutos a seguir cae-me em cyma a Guarda, muito agressiva, a dizer que eu andava aos ponctapés contra a porta! Calumniaram-me, e a polícia por pouco não me agrediu. Ameaçaram-me ir para Villa Viçosa, e eu é que insisti para lá ir para fazer queixa da juncta, que não me attende (já ha dias quando fui pedir um atestado de residência foi a guarda que me o veio entregar). Suppostamente o pessoal está com medo de mim. Na práctica, está envergonhado porque sabe que collaborou, nem que seja pela sua passividade, nas perseguições que soffro há annos. E se se endireitarem Lisboa vae chantageá-los com as suas immoralidades e crimes. 

Em Villa Viçosa a coisa acalmou. Expliquei a situação à guarda, e acabei por não fazer queixa porque elles me ajudaram a comprar o bilhete. Também fallei com os guardas Pires e Falé do suicidado (?) Caritas. Pedi-lhes o número de processo da sua morte e a autópsia, que deve estar no tribunal de Redondo, assim como a data da sua morte, mas não me quizeram ajudar, apesar de saberem bem estas informações (já me tinham dado a data noutra altura, mas esqueci-me). Ironicamente, estava lá o guarda Zorrinho, com quem começou a história da juncta, das destruições, das perseguições psychiatricas. Levou um raspanete. 

De resto, a guarda quer que o Presidente caia...

Finalmente fui trazido para Bencatel na boa. 

Tenciono, assim que chegar a Lisboa, ir manifestar frente à Câmara Municipal de Lisboa. 

QUINTO. 


SEXTO.

Em Lisboa, manifestei frente à Câmara, sem problemas. Tinha um cartaz dos Jerónimos (onde está enterrado o Camões).

Manifestei frente ao Parlamento, e fui impedido por vagas successivas de polícias. 

Manifestei frente ao Palácio de Belém, aos gritos de "Marcello na prisão!". Sem problemas, curiosamente. 

SEPTIMO. 

Tenho, ou tinha, um bom amigo na embaixada de França: Alexandre Ruiva, contino. Sem nunca nos termos zangados, afastou-se de mim. Perguntei-lhe se o seu patrão embaixador me tinha attaccado, mas não me respondeu. E pergunto, se isto tem alguma coisa a ver com  a Maddie e o Hervé Ryssen?

OITAVO. 

A 10 de Junho, à tarde, houve uma cerimónia de desvendar de placa commemorativa dos 500 annos do poeta, no Largo Camões, pelo Presidente da Câmara, Carlos Moedas. Também estava lá o presidente da Associação Portugueza de Poetas, Ivo Furtado. Tinha trazido os meus livros do Camões, e suggeri que se lesse uns excerptos. O Carlos Moedas leu um soneto amoroso e o presidente dos poetas leu os Lusíadas. Em breve digulgarei um vídeo da occasião. (E uma pequena nota divertida: os Lusíadas eram da minha mãe, do tempo do Salazar!). 

Valeu a pena luctar e ir a Lisboa...

FOI BONITA A FESTA PÁ!


NONO. 

Devia ter manifestado frente ao Banco de Portugal, que fez uma moeda evocativa aberrante pelos 500 annos do poeta. Como há uns quantos freaks em Portugal, ella até teve successo. Era preciso fazer uma nova moeda, bonita e formal, em ouro puro: um Cruzado Camoniano. 



DEZ.

Sobre Lisboa: reina a harmonia, mesmo vindo de pessoas de quem se poderia esperar attitudes peores. Mas mesmo assim é preciso dizer, vêem-se coisas taes que já não vae lá com um Salazar. Vae ser mesmo preciso um HITLER! 



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