Ha o paleo-sebastianismo do avôzinho, como exemplificado na Mensagem e nos sonhos de Fernando Pessoa.
“E a nossa grande Raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que serão construídas «daquilo de que os sonhos são feitos». E o seu verdadeiro e supremo destino, de que a obra dos navegadores foi o obscuro e carnal ante-arremedo, realizar-se-á divinamente.”
“Louco, sim, louco, porque quiz grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria? “
Mas esta tendencia deixou de ter relevancia. Dom Sebastião não precisa de voltar. Ja voltou! Está em Lagos, na Praça Gil Eannes.
Agora é altura para o futuro-sebastianismo. Dom Sebastião tem que voltar... a partir:
Ó Dom Sebastião!
Tudo começa em Lagos
Cantando uns fados
E comendo uns gelados
Avance para Ceuta,
A coisa está... preta!
Ha lá uma valla:
Todos querem cavalga-la.
Dê com o seu montante
Nesses mariolas saltitantes
Prossiga para Alcacer-Quibir
Ha-de ser o que ha-de vir
O marroquino é fixe
Mas veja-là não se lixe!
Na Argelia imagine...
Vae comer uma boa tajine
Na Tunisia juncte-se à lucta syndical
Ninguem leva a mal.
Prudencia na Libya
Nenhuma vergonha em ser tibio
Ja no Egypto não seja timido
Suba à grande piramide!
Warum ist die Banana krumm?
Cartum!
Pule para a Meca
Dê umas voltas, descanse e beba uma bejeca
Na Jordania
Faça a corte à Rainha Rania
Finalmente entre na Palestina
Palavra cristalina!
Faîtes un ménage à trois
Ô grand Roi...
E quando pisar Jerusalem, cidade de paz e de guerra
CHRISTO... VOLTA À TERRA!
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