quinta-feira, 22 de junho de 2023

Soneto 545/17.3T8EVR

Dom Rodrigo, Taquelim Gonçalves.

 

Contexto:

Escrevi este poema no seguimento das continuadas perseguições que soffro às mãos dos psychiatras, dos magistrados e da policia, nos ultimos seis ou septe annos, por ter feito politica.


A ultima “novidade” do processo supra-citado foi a chegada, ao Tribunal de Lagos, do Juiz Bravo Negrão. Esse javardo, mal substituiu a sua antecessora, tomou o meu processo em mãos, ordenando-me que fosse levar injecções à força, sob o falso pretexto de que soffro de doença mental. Esse filho-da-mãe tomou esta decisão SEM SEQUER ME INTERROGAR, SEM SEQUER ME VER! A “Justiça” portugueza está neste poncto: toma-se decisões de força e tracta-se as pessoas de loucas sem ouvi-las.


Para tomar a sua decisão, o Juiz baseou-se num simples relatorio, sem qualquer espirito scientifico, sem qualquer justificação racional, e altamente deshonesto, dos doutores Orlando Tur e Hugo Bastos – serviço de psychiatria de Portimão – que pediam que eu continuasse a fazer tractamento, sendo que suppostamente até o meu pae o recomendava. Ora o que succede é que tanto eu como o meu pae, na consulta que tivemos com os “medicos”, contestamos por mais de 20 minutos, e de forma vehemente, este tractamento. Eu refutei poncto por poncto as interjecções dos medicos. Ou seja, os medicos-aldrabões deturparam completamente o sentido das palavras do meu pae, alem de o terem chamado de louco, quando elle pôs ligeiramente em cheque o seu poder com propositos “anti-systema”. E não tiveram em conta nada do que eu disse: ignoraram o que não lhes convinha. É nas afirmações desses dois criminosos, que fazem recomendações graves sem justifica-las, que o Juiz Bravo Negrão - o Envenenador - sustentou as violencias que realiza contra mim.


Sim: violencias. Numa unica semana, a policia veio assediar-me quattro vezes à porta, para me levar ao hospital. Eu desafiei-os a rebentarem com a porta. À quinta, apanharam-me mesmo no centro de Lagos, na Taquelim, e fizeram um escandalo: tive direito à Policia de Segurança Publica, à Policia Municipal e aos Bombeiros. Sem esquecer um tonto dum civil que se lançou contra mim, e que levou um merecido ponctapé no peito. Até parecia que estavam a lidar com o Jacques Mesrine: só faltou o Corpo de Intervenção e a Tropa. Apesar de ter luctado intensamente, não consegui escapar e fui levar a pica a Portimão. Passado meia-duzia de horas estava de volta a Lagos, a beber um cafézinho na Taquelim. Tanta palhaçada para isso! E vae ser assim todos os dois mezes, a não ser que façam uma vilania e me fechem definitivamente no manicomio.


Declaro: mesmo que fosse louco, não se justificaria intoxicar-me com substancias perigosas (o folheto da Paliperidona refere mais de CEM contra-indicações), que não servem para nada senão dar dinheiro a grandes companhias pharmaceuticas. O maximo que se poderia fazer, seria internar-me uns tempos, o tempo que sossegasse, ou que regressasse aos meus sentidos.


Não se pense que o Orlando Tur, o Hugo Bastos e o Bravo Negrão são especialmente maus, pelos padrões do systema psychiatrico. Pela minha experiencia de seis ou septe annos a soffrer neste systema, tendo lidado com bem mais duma dezena de officiaes, digo o seguinte:


Até prova em contrario, todos os psychiatras são aldrabões.

Até prova em contrario, todos os magistrados são prostitutas dos psychiatras.


Se eu desse a esta gente a vingança que elles merecem não tinha ninguem do meu lado. Os jornalistas diziam que eu era um “esquizophrenico” que teve “um surto psychotico” porque “não cumpriu com a medicação”. A policia liquidava-me: só querem um pretexto, e sabem bem que ao picarem-me constantemente me posso revoltar. Ou então era julgado como inimputavel, e mandado para um hospital-prisão perpetuamente, para ser torturado com injecções às dezenas, sem contar com a medicação quattro ou cinco vezes por dia (le foie gras!).


Portanto, elles agora teem que ouvir poesia. E porquê? Porque de poeta e de louco, todos temos um pouco!


<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>

A Justiça tem muita trica

A favorita é a pica

Entra-se no manicomio todo catita

Mas estão a vestir-nos a mitra


Nunca mais nos largam

Senão não lhes pagam

Se gostamos de medicamentos é bom

Lá vamos mamar com profusão


No Tribunal de Lagos

Partem-nos aos cacos

Até se canta fados


Juiz “Adolf” Bravo Negrão

Quer que eu tome a injecção?

Arrombe a porta seu porcalhão!


Pedro Velhinho, o Escravo

Sem comentários:

Enviar um comentário