terça-feira, 20 de junho de 2023

Pamal, Gallego e o "Paranormal"

PROCESSO 545/17.3T8EVR


Vou relatar o que se passou commigo ha algum tempo atraz, em Bencatel, e depois por outras terras até Portimão. Esta é a historia duma machadada. Mas primeiro, tenho que relatar o contexto do caso.


A primeira coisa a saber é que desde 2015 fui internado compulsivamente no manicomio septe ou oito vezes. À excepção duma occasião em que tive effectivamente um pequeno desvaire mental (e mesmo assim, com algum fundamento comprehensivel...), estes internamentos foram todos injustos, illegaes e inappropriados. Fui, essencialmente, punido por fazer politica e por ter uma discussão domestica. Alem do mais, desde 2017, estou obrigado, no quadro da Lei de Saude Mental, a tomar injecções periodicas de anti-psychoticos, contra a minha vontade (expressa em multiplas occasiões aos medicos e juizes encarregues do meu caso). Ja fui levar dezenas de injecções obrigatorias. Se não me submetter a esta offensa à minha saude, sou rapidamente levado de volta, pela policia, ao manicomio, onde sou drogado à força. E no manicomio, sabe-se quando se entra, mas não se sabe quando se sae, porque os internamentos são prorrogaveis indefinidamente pelos magistrados.


O meu caso tem contornos de perseguição politica. As auctoridades conhecem-me bem desde jovem pela minha actividade politica e literaria. Basta dizer que a Guarda se vinha postar à porta da minha casa, em Bencatel, a altas horas da noite, apesar de não andar mettido em practicas como o trafico de droga ou actividades terroristas, por exemplo, e de agir às claras. Porque é que faziam isto? Para me vigiar, ou para me proteger?


O caso das injecções forçadas começou em Bencatel e no manicomio do Patrocinio, em Evora, a mando da Dra Madalena Serra. Regido pelo Tribunal de Villa Viçosa. Durante annos debatti-me com esta gente. A dada altura, desesperando de lidar com gente tapada e impiedosa que não ouvia os meus protestos (medicos e magistrados), e tambem por não conseguir encontrar trabalho em Bencatel, pedi a transferencia do meu processo para Lagos, terra do meu pae. Isto foi-me concedido rapidamente.


Tinha esperança que os psychiatras de Lagos/Portimão que tomariam o meu caso em mãos seriam mais razoaveis e me libertassem. Em vez disso, calhei em gente tão obtusa e estupida como no Alemtejo. A dada altura, tive uma consulta obrigatoria com o Dr Orlando Tur e com o Dr Hugo Bastos. Elles levaram-me ao desespero, dizendo-me de forma arbitraria que tinha que tomar injecções para o resto dos meus dias. Nesse dia, sahi da consulta a meio, muito zangado e frustrado. Decidi não tomar mais a injecção (se elles me a queriam dar que me pusessem no manicomio!), e fui-me refugiar a Bencatel, para que a policia de Lagos não me encontrasse immediatamente. Estava zangado com as violencias que as auctoridades me faziam soffrer ha annos.


Portanto, primeiro, oppressão psychiatrica, annos a fio.


Segundo, suspeito fortemente as nossas auctoridades, a alto nivel, de estarem envolvidas em practicas satanicas. Mais não digo, posso estar enganado. É simplesmente uma suspeita.


Face a isto, revoltei-me. Eis o que aconteceu, no dia de Cinzas, ha dois ou trez annos atraz, no Inverno do confinamento geral:


Atravessei a aldeia de Bencatel com um machado artesanal da Guiné-Lusa, grande, dentro duma mochila. O pau do machado sahia do sacco, varias pessoas me viram. Um vizinho até me avisou para não fazer asneiras. Dirigi-me à juncta de freguezia, e com o machado, parti o vidro da porta de entrada. Attaquei um symbolo do Estado que me prejudica. Depois larguei o machado no chão, e fui-me embora.


Fui-me pôr em frente à egreja de Sanctanna, e esperei pela policia, porque sabia que elles em breve estariam informados do succedido. Telephonei trez vezes para o 112, para avisar que tinha feito uma illegalidade, e para me virem buscar. Estava com vontade de ter uma discussão franca face ao juiz, e queixar-me do que se tinha passado commigo nos ultimos annos...


Qualquer coisa de extranho, que me deixa adivinhar que estava a ser vigiado em tempo real naquelle dia (porquê, não sei, que não avisei ninguem que ia commeter um crime politico), succedeu com as chamadas para o 112. Assim que desliguei o telemovel, literalmente um segundo depois, recebi uma chamada dum numero desconhecido (um numero de Lisboa, se não me engano). Isto aconteceu da primeira vez que liguei, e egualmente da segunda vez. Um segundo depois! Não respondi em nenhum dos casos. Mas é como se me estivessem a querer ameaçar ou avisar de alguma coisa.


Esperei mais de uma hora, mas nada aconteceu. Fui então passear pela aldeia. Os bancos estavam interditados com fitas policiaes, por causa do Covid. Rasguei-as. Depois fui-me deitar, de cansaço. Extranhei que não me viessem immediatamente buscar. Isto mostrou-me que no posto da Guarda de Villa Viçosa deram-se ao tempo de discutir o caso com niveis mais altos da hierarchia. Uma violencia contra a sede do poder local, em tempo normal, provocaria uma resposta rapida.


No dia seguinte de manhan, fui detido discretamente e cordialmente quando acordava. Fui levado ao posto de Villa Viçosa, e recebido pelo commandante, Manuel Pamal. Tivemos uma conversa interessante. Disse-me que tinha que ir ao Centro de Saude de Villa Viçosa levar uma injecção. Respondi-lhes que não ia de modo nenhum levar injecção, e que elles sabiam perfeitamente que eu não sou um louco, mas simplesmente um politico, e que não tinham fundamento legal para me levar ao posto de saude. Elle respondeu-me que sim, e que até gostava das minhas ideias. Disse-lhe que havia gente no Estado a proteger-me e outros a perseguir-me. Elle concordou e disse-me, inclusivamente, que andava a ser vigiado pelos americanos. No entanto, como é cynico, queria que eu fosse levar a injecção à mesma, justificando-se com uma ordem do Tribunal. Duvidei da existencia de tal ordem. Primeiro, só me tinha atrazado à injecção de Lagos de um ou dois dias. Não dava tempo para os enfermeiros de Lagos avisarem o departamento de psychiatria de Portimão, os medicos avisarem o Tribunal de Lagos, este mandar um mandato de condução ao manicomio de Portimão (como a Lei de Saude Mental manda), e depois a policia procurar-me por todo o paiz, não estando eu em Lagos no meu local habitual de residencia.


Fui algemado nas costas como um ladrão e levado a pé para o Centro de Saude, a trezentos metros do posto da Guarda. Fui apresentado ao Dr Gallego, o delegado de saude. Estava extremamente agitado, a fallar em panico ao telephone com, suponho, os seus superiores hierarchicos. Estava a ralhar com elles. Estava a soffrer pressões no meu caso.


O Dr Gallego conhece-me bem. Vivemos na mesma aldeia, andou na eschola com a minha mãe, e é medico de familia da minha avó ha decadas. Sabe bem que não sou louco, e que não mereço levar injecções, apesar dos meus problemas com a psychiatria terem começado com elle (mandou-me levar para o manicomio para me castigar de fazer uma greve de fome, ha uns seis ou septe annos). Alem disso, interveio em meu favor juncto do Dr Carlos Malheiro, o medico que durante annos geriu o meu caso das injecções compulsivas. Mas dicto isto, tive occasião de observar mais duma vez que o Gallego assina mandatos de condução ao manicomio "em branco", empoderando a Guarda, sem sequer ver os "pacientes". Deve ser primo do Otello Saraiva de Carvalho, que tambem fazia coisas destas durante o PREC. 


Naquella altura, curiosamente, não recebi a injecção. Fui levado de novo para o posto, sem algemas. Fugi do guarda Pamal, corri, e fui rezar a Nossa Senhora da Conceição, ao Sancto Condestavel (somos capazes de precisar qualquer dia). Apanharam-me e voltei para o posto. Estive a almoçar com meia-duzia de guardas, à mesa com elles. Umas boas favas, imagine-se! Prova que não estava mentalmente alterado, que estava calmo, o que justificaria medidas coercivas. Depois, levaram-me para Evora. Não sei se com um mandado de conducção do Gallego, ou por iniciativa propria. A ambulancia e o carro da Guarda, ainda pararam a meio da Serra d'Ossa, porque me recusava a pôr a mascara (estavamos no contexto do panico de 2021, Inverno, confinamento absoluto).


Chegados ao hospital do Espirito Sancto, em Evora, joguinhos de poder do guarda. Emquanto esperavamos pela decisão dos medicos, tirava-me e punha-me de volta as algemas, apesar de estar pacifico. Fallei com pessoal medico – nome desconhecido – e disse-lhes que me recusava a pôr a mascara porque considerava todas as medidas “covidianas” adoptadas pelo governo como um exaggero e um attaque illegitimo às nossas liberdades. Expliquei-lhes o que se tinha passado em Bencatel e disse-lhes que não era justo o que estava a soffrer (injecções forçadas, ha annos), e que não tinha nenhuma alteração mental que justificasse um internamento em psychiatria. Alem disso, disse-lhes que se elles me internassem tencionava contrattaccar judicialmente.


Puniram-me da minha independencia chamando enfermeiros e seguranças privados. Amarraram-me à uma cama: pés, cintura e braços. Deram-me uma injecção dolorosa no rabo. Despiram-me. Espetaram-me umas agulhas covid no nariz, à bruta. E deixaram-me assim, paralisado, toda a noite. Tive que fazer espalhafate para me deixarem mijar. De manhan, levaram-me à ambulancia, atravessamos o Alemtejo e fui trazido ao manicomio de Portimão, onde estive sob a auctoridade da Dra Claudia Reis. Durante umas semanas, estive “na engorda”, como um ganso do foie gras: medicamentos e injecções. Quando sahi, recomeçou o inferno das injecções periodicas. Retour à la case départ, baby! Alem do mais, perderam-me, ou roubaram-me, a minha roupa, nomeadamente um casaco muito bom dos pescadores da Noruega, que a minha ama me tinha offerecido.


Ja sabia que o meu caso tinha contornos politicos, pelas minhas tomadas de posição a nivel local. Mas as vingte-e-quattro horas que se seguiram ao meu gesto brusco na juncta de freguezia provaram-me que havia interferencias a nivel superior. Enrolaram-me à mafiosa, no manicomio, para não terem que me levar a Tribunal, onde teria tido uma plataforma para dizer todo o mal que me fizeram nos ultimos annos.


Conclusão:


Quero o meu machado de volta, ja que não me accusam de nada em Tribunal. Quero o meu casaco. E talvez ainda hei de attaccar na Justiça os que me fizeram mal.


PS: no dia anterior ao meu attaque à juncta de freguezia de Bencatel, mandei trez chartas ao Tribunal de Villa Viçosa a denunciar illegalidades. Em correio registado. Nunca mais recebi uma resposta, passados estes annos. Elles esconderam e abafaram o caso. Livraram-se da batata quente. 


Uma cambada de mafiosos, de burguezes manhosos. São tortos, andam na escuridão e não se querem endireitar. Tenciono fazer-lhes guerra enquanto não me deixarem em paz. Elles que me mettam na prisão, no manicomio, ou que lancem a imprensa contra mim, se quizerem.

Sem comentários:

Enviar um comentário